Existem vários conceitos para resiliência, em campos distintos do conhecimento. O conceito mais conhecido é o da Física de materiais, que diz que resiliência é quando um corpo, como uma mola, por exemplo, após ser estressado em seu limite máximo, retorna a sua forma original.
Evidente que esse conceito não cabe para um campo muito diferente como o da psicologia humana. Porque no humano nada nunca volta a ser como antes. Existem muitas variáveis que provam isso. Então, para a psicologia, resiliência é a capacidade de superar obstáculos, como experiências com emoções negativas, por meio de adaptação flexível, que permita que a pessoa aprenda com a dificuldade e saia mais forte dela.
Também tem uma definição que acho super importante que é da resiliência comunitária, que é muito usada no campo de estudos em desastres: Capacidade de um sistema, comunidade ou sociedade exposto a riscos, de resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se dos efeitos de um perigo de maneira tempestiva e eficiente, através, por exemplo, da preservação e restauração de suas estruturas básicas e funções essenciais.
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Isso é normal, porque vivemos em um mundo onde a cobrança para "ser produtivo", "trabalhar como uma máquina" é absurdamente vista como normal.
Só que é absurdo compararem um ser humano a uma máquina! Ser humano é orgânico, complexo e tem capacidades incríveis de autoregeneração e autonomia em termos de energia. Já uma máquina, pode até não se cansar, mas ela acaba quando se torna obsoleta.
Você não é uma máquina, não tente agir como uma! Você se cansa e precisa descansar.
E não falo só do corpo, falo da mente também. Porque corpo sem mente é defunto. Então, cuide bem do seu corpo e da sua mente, em primeiro lugar.
Depois, pratique o não esforço primeiro em seus campos de maior domínio, aquelas coisas que você já se esforçou demais e já sabe tudo como fazer. Assim, será mais fácil assimilar a ideia e depois transferir o aprendizado para as outras áreas de sua vida.
E: não se importe com o que os outros vão dizer, seu tempo e saúde são muito mais preciosos do que isso.
Você precisa desaprender o que é esforço. Existe o esforço correto, que aprendemos no zen como um dos oito passos do caminho óctuplo. O esforço correto é empenhar a energia certa para fazer as coisas, sem atingir extremos, nem muito, nem pouco, apenas o necessário.
Os extremos vão te desgastar e não trazem resultados satisfatórios, pois de nada adianta você chegar ao fim de uma jornada tão exausta que não tenha energia nem para comemorar.
Para atingir um grau de excelência em determinados assuntos, muitas vezes nos esforçamos muito no início e isso é normal, pois no início, sempre temos mais energia e motivação para aprender. Mas, manter esse mesmo nível de energia leva a um desgaste que pode se transformar em doenças somáticas ou mesmo mentais, como burnout, depressão e ansiedade. Por isso, tomar consciência do esforço que fazemos e buscar inverter o foco para se questionar "e se isso fosse fácil?", é um caminho saudável para continuar realizando suas metas na vida sem esforço.
O não esforço é um estado de fluxo, no qual partimos de um grande esforço para a inversão do "e se isso fosse fácil", e a consciência de como realizar as atividades que realmente importam, eliminando aquelas desnecessárias, com menos esforço.
Isso libera seu tempo para o que realmente importa, a fim de priorizar aquilo que te faz feliz.
Comece sentindo em quais momentos, quais atividades você sente esse estado de não-esforço. Se não conseguir sentir em nenhum, começamos do zero mesmo, não tem problema. Pense naquela atividade que te consome, que você acha difícil e pense como seria se fosse fácil realizá-la.
Trace um plano, se achar necessário, mas pratique a sua visão de como fazer esta tarefa sem esforço. Lembre-se que você não está fazendo a Terra girar ao redor do Sol. Nenhum esforço excessivo é realmente necessário e não trará os melhores resultados.


